wilian turner
MARÉS
Neste momento, desde sempre,
véus diáfanos envolvem a tudo e a todos.
O mar divino possuidor de fluxos e refluxos,
acolhe e rechaça tudo aquilo que não lhe pertence.
Uma nau navega sua imensidão,
gemem nela os náufragos indolentes,
que foram seduzidos por miragens encantadoras,
trazidas nas ressacas de suas ondas mortais.
Do olho da tempestade,
mistérios apontam tramas legitimas e ilegíveis
que amarram e traçam novas linhas,
novas tramas... infinitamente.
Meu coração,
um diapasão cego como Édipo,
conduz meus passos escrevendo a sonata
das mares desta vida
a caminho do destino de direito.
Jacqueline Durans
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